Trilogia X-Men

Hoje é muito normal vermos pessoas se dizendo fãs de super-heróis. O que é muito compreensível, já que eles de fato são muito legais. Porém, houve uma época em que isso não era tão comum assim, já que super-heróis eram só uma coisa boba e infantil. E para tentar fugir disso, surgiram os filmes dos X-Men com uma temática mais puxada para a ficção científica com roupas de couro que vieram na esteira de Matrix. E acabou que esse foi o estopim para a onda de filmes de heróis que conhecemos hoje.

O primeiro super grupo dos filmes a gente nunca esquece

No meio dos anos 1990, a Marvel passou por uma grande crise financeira, chegando a declarar falência. E eu sei que é um muito difícil de imaginarmos a MARVEL, que hoje nada em dinheiro, chegando no fundo do poço, mas ela realmente passou por isso. E parar tentar se fugir dessa situação, eles tiveram que vender as propriedades intelectuais de seus personagens, que eram seus principais ativos. Assim começou a onda de adaptações de filmes de heróis ao cinema.

E como na época, eles ainda não tinham noção alguma do que era o potencial financeiro dos filmes de heróis, é engraçado pensar que os valores das vendas dessas propriedades intelectuais foram ridiculamente baixos, comparados ao padrão de mercado que temos hoje. Por exemplo, a 20th Century Fox adquiriu os direitos de adaptação dos X-Men por nada mais, nada menos, que $2,6 milhões. E somente a trilogia do X-Men, fizeram mais pouco mais de $1.1 bilhão de bilheteria, imagina se considerarmos todos os outros filmes.

Depois desse contexto, vamos para os três filmes da Fox, no caso são a trilogia do X-Men:

X-Men (2000)

Aqui começa a saga do Wolverine e os X-Men. Sabemos que o grupos de mutantes tem vários personagens excelentes, mas pensando mercadologicamente, faz total sentido forcar a história no Wolverine, já que ele é o personagem mais popular entre os mutantes. E foi decisão bem acertada, pois a partir dele somos muito bem apresentados ao resto do grupo.

Um ponto muito forte do filme são as atuações dos protagonistas, a começar pelo Hugh Jackman, que deu vida ao personagem e que mesmo sendo alto, é bem difícil de imaginarmos outra pessoa sendo o Wolverine nos cinemas. Além dele, tanto do Patrick Stewart, quanto o Ian McKellen, simplesmente roubam todas as cenas em que aparecem. E para finalizar, eu diria que a Anna Paquin cumpre bem o papel de ser uma jovem garota que vive esse drama de talvez nunca mais poder tocar em ninguém.

Já os outros personagens são meros coadjuvantes sem tanto destaque. A Jean Grey (Famke Janssen) e a Mística (Rebecca Romijn-Stamos), até que tem seus momentos, agora a Tempestade (Halle Berry) e o Ciclope (James Marsden), infelizmente são só buchas.

Todos nós consideramos esse filme como algo de herói, mas a ideia sempre foi ser uma ficção científica. Pois o pensamento da época era de que se pensarmos nos mutantes de forma mais realista, teríamos mais credibilidade ao fazermos analogias sobre preconceito e discriminação. Até por isso, eles tiraram os uniformes coloridos e padronizaram o grupo com uma roupa de couro preta, também aproveitando a onda de sucesso de Matrix no ano anterior. Alguns fãs criticaram essa ‘vergonha’ de ser um filme de herói, mas dá para entender, pois depois do erro que foi a existência de Batman e Robin, Hollywood passou a olhar torto para heróis coloridos.

Apesar dos vários prós, esse filme não é perfeito. As coreografias de luta não são grande coisa, os efeitos especiais não envelheceram tão bem assim, além do filme não explorar melhor outros personagens. Ainda assim, acho que é ótimo pontapé inicial para essa franquia, que abriu portas para esse universo de heróis.
Nota: 7/10

X-Men 2 (2003)

Eu lembro de ter visto esse filme quando criança e achado muito legal, porém hoje reassistindo eu cravo que ele entra fácil em um top 10 melhores filmes de heróis de todos os tempos (Talvez eu discorde de mim mesmo no futuro). Acho que não tínhamos noção do quão absurdo de incrível esse filme era. Pode ser que muitas pessoas discordem, mas isso só provará que elas até hoje não tem noção do quão absurdo de incrível esse filme é.

Dessa vez, o filme tem bem mais personagens, uma história mais interessante, com lutas muito melhores, efeitos especiais que ainda são bem feitos, além de excelentes cenas e diálogos. A começar pela abertura com o Noturno invadindo a Casa Branca, que é Absolute Cinema. Eu diria que esse é possivelmente o melhor início de um filme herói já feito. Tudo nessa cena é icônico e impressionante até hoje, pois além do efeito do teletransporte ser muito bem feito, o uso dos poderes e a calda do Noturno são bastante inventivos.

Ainda na onda de momentos Absolute Cinema, esse filme ainda tem: a fuga da prisão de plástico do Magneto; a Mística invadindo a base do Stryker; a luta do Wolverine com a Lady Deathstrike; o Homem de Gelo gelando o refrigerante do Logan; e pra finalizar, tem toda aquela conversa na casa da família do Bob onde ele se revela como mutante, onde é muito clara a analogia de um filho contando aos pais que é homossexual. A mãe do Bob perguntando “Mas você já tentou não ser um mutante?”, dá um peso e um impacto ainda maior na cena.

Eu adoro todos os personagens desse filme e como eles forma ainda mais bem desenvolvidos, citando alguns deles: o Wolverine teve um arco muito mais legal dessa vez e ainda terminou de forma grandiosa com a luta com a Lady Deathstrike; o Magneto tem ótimo diálogos e arquitetou um muito bom plano; o Professor Xavier continua roubando as cenas em que está, principalmente em todo aquele duelo mental contra o Jason; a Mística, a Jean Grey e a Tempestade tiveram mais diálogos e momentos de importância; a dinâmica da Vampira com o Bob foi muito bem desenvolvida; também gostei bastante do Pyro e como ele muda de lado; e também o excelente vilão que foi o Stryker.

E para finalizar a melhor e a pior coisa do filme. A começar pelo lado positivo, o Noturno. Convenhamos que o nosso querido Alan Cumming, brilhou em todas as cenas. Seja no drama, seja na comédia, ele é claramente o destaque em cada momento que aparece. O visual do Kurt também é muito marcante, ele é um personagem bem escrito, a forma como ele usa os poderes é bem criativa e o fato dele ser um alemão católico, dá uma originalidade muito grande para ele. Já o principal ponto negativo do filme é, novamente, o Ciclope. Era para ele ter mais destaque, só que na edição tiveram que cortas várias cenas dele. É aquilo, o filme não piora por isso, mas é só uma pena muito grande mesmo.
Nota: 10/10

X-Men 3: O Confronto Final (2006)

Esse filme é um exemplo claro da frase ‘a pressa é a inimiga da perfeição’. Depois do excelente segundo filme, é claro que haveria uma grande expectativa para esse terceiro, mas foram tantas mudanças durante a produção, que eu vejo o resultado final como bem decepcionante. E isso fica bem evidente com a mudança de direção, saindo do Bryan Singer, para agora o Brett Ratner.

A primeira coisa que estranhei ao ver esse filme foi que tem uma hora e trinta minutos de duração, ou seja, ele é bem mais curto que o antecessor. E essa escolha de ser menor resulta no filme ser mais direto ao ponto e não ter enrolação, mas em contrapartida, ser muito apressado e não desenvolver bem a trama e os personagens. Pois aqui não só é apresentada a ideia da “cura mutante”, mas também é colocada a história da Fênix Negra no meio. Foi muita coisa para um filme só.

Eu gosto muito da ideia de uma “cura mutante”, pois funciona bastante com toda essa discussão política que os filmes do X-Men já vinham tendo e geraria um excelente debate. A Vampira, por exemplo, tem muitos motivos para aceitar essa “cura”, mas ao mesmo ela meio que estaria negando quem ela é de verdade, entende? No filme, o Bob se aproxima cada vez mais da Kitty Pride e a Vampira fica com ciúmes. Será que ela imaginava que em algum momento o Bob não iria aguentar estar em uma relação em que ele não poderia tocá-la e ele acabaria trocando ela por outra? E se caso a Vampira tomasse a cura, será que o Bob continuaria interessado nela? Pois se ela negou quem ela é de verdade, uma mutante, ela também poderia negar ele a qualquer momento. Olha que potencial de discussão esse filme poderia ter. Mas não, o filme prefere não desenvolver isso e dar tempo de tela para outras tramas paralelas.

E aí chegamos nela, a grande ameaça da história, a nossa Fênix Negra. Ela até que rende algumas cenas boas, mas meio que só. A trama dela não me gerou interesse e sinto que ela só serviu para matar o Scott e o Professor Xavier. A Famke Janssen até que manda bem no papel, mas particularmente não gostei da personagem dela. A presença da Fênix Negra me pareceu muito apressada nesse ponto da história e imagino que ela se encaixaria melhor em um quarto filme. Tenho a impressão que ela só foi colocada no filme por conta de alguma pressão de um produtor, ou do estúdio.

Sobre os personagens, o único destaque novo é a Kitty Pride (Elliot Page, na época conhecido como Ellen Page), mas fora isso nenhum dos outros se destacam tanto quanto nos filmes passados. O Wolverine ainda é o rosto do filme; o Magneto tem bons momentos, até porque o tema “cura mutante” tem tudo a ver com o personagem e o Professor Xavier tá bem, mas nada incrível. E meio que é isso, pois o resto dos personagens, ou são decepcionantes, ou descartáveis. Tipo, a Tempestade, por exemplo, até que tem um bom tempo de tela, mas quando chega os momentos dela se portar como líder, o Logan acaba fazendo esse papel e ela fica menor; a Vampira é bem ignorada nesse filme e o Ciclope, como sempre, tem umas duas ou três cenas e ele ainda morre no início.

Apesar de ser um desperdício de potencial, o filme tem bastantes coisa boa. Como a cena do anjo cortando as asas quando ainda era criança; a Fênix fazendo aquela destruição na sua casa de infância; o Magneto jogando os carros fora da pista para resgatar a Mística e também combinando os poderes com o Pyro na batalha final. Então finalizando, o filme definitivamente não é ruim como muita gente diz, mas ele é bem medíocre e isso é, como já disse, decepcionante.
Notas: 5/10

Veredito final

Reassistir a esse filmes depois de anos foi uma experiência muito boa. Eu diria que os X-Men são o meu grupo preferido de heróis, então sim, isso tem um peso grande na minha avaliação. Mas independentemente disso, no geral os filme me surpreenderam, pois o que eu imaginava que era médio, na verdade era bom; o que eu imaginava que era bom, acabou sendo espetacular e o que eu esperava ser ruim, foi médio. Acaba que o final infelizmente não foi dos melhores, mas era o início dessa nova era de heróis então está perdoado. Além de que ainda temos muitos outros filmes da franquia para consertar esse fim. E logo depois, estragar novamente.

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